quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Mobilidade Urbana Sustentável: Uma Perspectiva Inclusiva para Pessoas com Deficiência

A procura por soluções sustentáveis na mobilidade urbana tem ganho cada vez mais destaque, impulsionada pela necessidade de reduzir os impactes ambientais e melhorar a qualidade de vida nas cidades. Contudo, uma objeção comum levantada contra a redução de carros nas cidades é a seguinte: "Como as pessoas com deficiência, incapazes de andar, andar de bicicleta ou usar o transporte público, vão conseguir?". 

Neste texto, exploraremos essa objeção, destacando como a redução do tráfego automóvel nas cidades pode, na verdade, beneficiar as pessoas com deficiência, garantindo maior acessibilidade e promovendo uma mobilidade mais inclusiva.

1. Acessibilidade Aprimorada para Pessoas com Deficiência

Ao defender a redução de carros nas cidades, um dos principais benefícios para as pessoas com deficiência é o aumento da acessibilidade. A diminuição do tráfego automóvel resulta em ruas menos congestionadas e mais espaços destinados a modos de transporte alternativos, como passeios largos, faixas exclusivas para bicicletas e zonas de embarque e desembarque adequadas para veículos adaptados. Isso facilita a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida e proporciona um ambiente mais seguro e acessível.

Além disso, a implementação de políticas de mobilidade urbana sustentável frequentemente inclui a criação de sistemas de transporte público mais eficientes e adaptados. Autocarros e comboios acessíveis, com rampas de embarque e carruagens reservadas, tornam-se uma opção viável para muitas pessoas com deficiência. A redução do número de carros particulares nas ruas também permite uma melhor integração entre diferentes modos de transporte, facilitando as transferências para quem possui necessidades específicas.

2. Impactos Negativos do Domínio dos Carros na Mobilidade das Pessoas com Deficiência

Mesmo para aquelas pessoas com deficiência que podem andar, o domínio do tráfego automóvel nas cidades cria diversos obstáculos. Passeios estreitos e precários, frequentemente ocupados por veículos estacionados irregularmente, dificultam a locomoção de peões, especialmente aqueles que utilizam cadeiras de rodas ou outros dispositivos de assistência à mobilidade.

Além disso, a poluição atmosférica gerada pelo grande número de veículos contribui para problemas respiratórios, afetando desproporcionalmente pessoas com condições de saúde já comprometidas. A exposição constante a poluentes atmosféricos provenientes do tráfego urbano pode agravar doenças respiratórias crónicas e aumentar os riscos à saúde de pessoas com deficiência.

Portanto, ao considerar os impactes da presença excessiva de carros nas cidades, é evidente que essa realidade afeta não apenas aqueles com mobilidade reduzida, mas também aqueles que podem andar, mas enfrentam desafios adicionais devido ao ambiente hostil dominado pelos veículos automóveis.

3. Considerando as Verdadeiras Necessidades das Pessoas com Deficiência

A objeção à redução de carros frequentemente levanta a questão: aqueles que expressam preocupações estão realmente considerando as necessidades das pessoas com deficiência, ou estão utilizando esses desafios como uma desculpa para continuar a conduzir os seus próprios carros?

É crucial reconhecer que as soluções para a mobilidade urbana sustentável não implicam a eliminação completa dos veículos particulares, mas sim na promoção de alternativas viáveis e na redução do uso desnecessário dos automóveis. Ao criar ambientes urbanos mais amigáveis, com opções de transporte diversificadas e infraestrutura adaptada, as cidades podem atender às necessidades de todos os cidadãos, incluindo aqueles com deficiência.

Conclusão

A procura por mobilidade urbana sustentável não é incompatível com a acessibilidade para pessoas com deficiência. Pelo contrário, ao reduzir a dependência de carros particulares, as cidades podem criar ambientes mais inclusivos, promovendo a igualdade de acesso e melhorando a qualidade de vida para todos. É imperativo que as políticas de mobilidade considerem as necessidades diversificadas da população, garantindo que cada passo em direção a cidades mais sustentáveis seja também um passo em direção a comunidades mais inclusivas e acessíveis.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Atlas dos Municípios Saudáveis

O Atlas dos Municípios Saudáveis é uma plataforma web de acesso público, baseada em sistemas de informação geográfica (WebSIG), que contribui para a caracterização da saúde da população e a avaliação dos seus determinantes, servindo como ponto de partida para informar a decisão política e ação dos municípios que fazem parte da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis.

Este instrumento foi desenvolvido graças ao protocolo estabelecido entre a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis e a Equipa de Investigação em Geografia da Saúde do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra (CEGOT-UC).

O Atlas dos Municípios Saudáveis segue um modelo de avaliação multidimensional da saúde da população, com base na abordagem geográfica da saúde (relação entre as características do local de residência e o estado de saúde) e na abordagem intersetorial "Saúde em Todas as Políticas".

A saúde da população de cada município é avaliada em nove dimensões - duas de resultados em saúde e sete de determinantes da saúde - que se desdobram em 94 indicadores (54 indicadores prioritários e 40 indicadores complementares).

A informação estatística dos indicadores está disponível ao nível do concelho e, sempre que possível, ao nível da freguesia, fornecendo uma base de evidência sobre o estado de saúde da população (quais doenças que a afetam e quais são as causas de morte) e sobre os fatores contextuais que influenciam a sua saúde e bem-estar, como as condições sociais, económicas e ambientais (como se vive e a que recursos se tem acesso). Além disso, são apresentadas boas práticas dos municípios associadas aos indicadores de determinantes, incluindo ações, medidas e projetos locais com potencial para contribuir positivamente para a promoção da saúde da população.

Objetivos:

  • Posicionar a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis a nível nacional e internacional, destacando-a como um agente catalisador do Projeto das Cidades Saudáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS)
  • Fornecer um quadro de referência abrangente para avaliar a saúde da população de forma integrada, multidimensional e sistematizada, com o potencial de informar a elaboração do Perfil de Saúde Municipal, bem como a definição de estratégias de promoção da saúde e da equidade em saúde.
  • Estabelecer uma plataforma de conhecimento e divulgação de boas práticas em políticas, medidas e ações com o potencial de melhorar os determinantes da saúde, contribuindo para a tomada de decisões informadas.

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terça-feira, 25 de julho de 2023

Vais fazer Interrail? Prepara-te bem

O Interrail na Europa teve início em 1972 com o lançamento do "Cartão Verde" pela Comunidade Económica Europeia (CEE), que permitia a mobilidade entre quatro países. Posteriormente, o programa evoluiu, proporcionando aos jovens europeus a oportunidade de viajar ilimitadamente de comboio por diversos países, tornando-se uma forma acessível e única de explorar a rica diversidade cultural do continente. Desde então, o Interrail tem deixado um legado de intercâmbio cultural e enriquecimento pessoal, unindo nações e criando experiências inesquecíveis para os viajantes.

Preparar uma mochila para um Interrail na Europa é uma tarefa importante para garantir uma viagem confortável e sem preocupações. Durante 30 dias de aventura, é essencial escolher cuidadosamente os itens que levarás contigo, garantindo que estejas bem equipado para enfrentar todas as situações. Aqui está um guia passo a passo para ajudar-te a organizar a tua mochila e uma lista de itens essenciais a considerar:

1: Escolher a Mochila Certa

Opta por uma mochila resistente, com capacidade entre 40 a 60 litros, que se ajuste confortavelmente às tuas costas. Certifica-te que tem compartimentos e bolsos para ajudar na organização.

Considera levar uma segunda mochila, bem mais pequena (pelo menos uma por cada 2/3 pessoas do grupo), que possa andar sempre contigo e onde possas guardar alguns dos artigos pessoais: equipamentos eletrónicos; documentos; água e comida; etc. 

2: Verificar Documentos e Dinheiro

Antes de iniciar a viagem, verifica que possuis todos os documentos necessários, como passaporte (opcional), bilhetes de comboio e cartão de cidadão. Leva também cartões de crédito e débito, bem como algum dinheiro em euros.

3: Vestuário Adequado

Escolhe roupa versátil, leve e adequada para diferentes climas. Considera a estação e as atividades que pretendes realizar. A lista a seguir é apenas um guia e deve ser ajustada de acordo com tuas preferências:

  • T-shirts e camisolas
  • Calças confortáveis
  • Calções/saias
  • Fato de banho (se aplicável)
  • Casaco leve e impermeável
  • Roupa interior e meias suficientes para a viagem (podes sempre ir lavando algumas peças)
  • Calçado confortável e apropriado para caminhar
  • Chinelos/sandálias
  • Lenço/cachecol

4: Artigos de Higiene Pessoal

Transporta apenas itens essenciais de higiene pessoal, preferencialmente em embalagens pequenas para economizar espaço e peso:

  • Escova de dentes e pasta de dentes
  • Sabonete ou gel de banho em tamanho de viagem
  • Shampoo e condicionador em tamanho de viagem
  • Desodorante
  • Protetor solar (fator de proteção elevado)
  • Toalha de secagem rápida
  • Produtos de higiene íntima (se aplicável)
  • Medicamentos pessoais

5: Eletrônicos e Acessórios

Não te esqueças dos teus equipamentos eletrónicos para captar momentos e facilitar a comunicação:

  • Smartphone e carregador
  • Adaptadores de tomada para diferentes países
  • Power bank (carregador portátil)
  • Câmara para fotografar/filmar e carregador
  • Headphones

Verifica com o teu operador que tens o roaming ativo e dados móveis (em roaming) suficientes para uma utilização frequente e diária, há alguns países (Suiça por exemplo) onde, por não pertencerem à União Europeia os custos de roaming são muito elevados, nesses casos considera comprar um cartão de dados de um operador local. 

6: Itens de Viagem e Documentos Importantes

Alguns itens adicionais para ajudar na organização e segurança:

  • Bloco de notas e caneta
  • Mapas e guias de viagem (opcional, podes usar o smartphone/internet)
  • Capa de proteção para documentos
  • Cópias de documentos importantes (passaporte, bilhetes, etc.)
  • Cartão europeu de saúde e/ou seguro de saúde em viagem (e informações de contatos)

7: Itens de Entretenimento e Lazer

Para momentos de descanso/lazer (e viagens mais longas):

  • Livros ou leitor de e-books
  • Jogos de cartas ou de tabuleiro compactos
  • Pequenos brindes (lembranças do teu país para trocar com outros viajantes ou locais)

Lembra-te de manter a mochila o mais leve possível, pois terás de carregá-la durante toda a viagem. Não exageres na quantidade de roupa e itens pessoais. Lembra-te também de verificar o clima dos países/regiões que planeias visitar e adapta a tua lista de acordo com isso.

Com a mochila pronta e os itens essenciais bem selecionados, estarás pronto para embarcar numa aventura inesquecível explorando a Europa através do Interrail. Diverte-te e aproveita cada momento!

Sítio Internet Oficial do Interrail

quarta-feira, 12 de julho de 2023

A Lenda das Pedras Irmãs (Sintra)

Há muito tempo, nas colinas místicas da Serra de Sintra, quando os Lusitanos reinavam sobre a região, existia uma floresta tão densa e profunda que poucos tinham coragem de por lá se aventurarem. No coração dessa floresta, escondido entre árvores antigas e musgosas, havia um pequeno lago de águas verdes e escuras. Nenhum ser vivo ousava aproximar-se, pois diziam que um monstro terrível habitava nas suas profundezas.

Próximo do lago, vivia um feiticeiro chamado Bretanlus, um homem sábio e poderoso que dominava os segredos da magia e da natureza. Bretanlus tinha duas filhas curiosas, Brigida e Zilda, que herdaram o seu amor pelo conhecimento e pelas histórias antigas.

As irmãs Brigida e Zilda

Um dia, movidas pela sua inquieta curiosidade, as jovens decidiram explorar a floresta proibida. Ignorando os avisos do pai sobre os perigos ocultos, elas partiram em busca de aventura. À medida que adentravam a densa mata, um sentimento sombrio tomou conta do ar, alertando-as sobre a presença sinistra do monstro.

Desafiando o medo, as irmãs encontraram o pequeno lago de águas verdes e escuras, onde Slugor residia. Fascinadas pela aura misteriosa do lugar, elas aproximaram-se das margens. Mas, antes que pudessem compreender a verdadeira ameaça que as cercava, foram surpreendidas pelo monstro colossal que emergiu das profundezas. O medo dominou os seus corações, elas sabiam que estavam em perigo iminente. Sem tempo para retornar à segurança do lar.

Presas no poder do monstro, as irmãs imploraram por misericórdia, mas as suas súplicas foram ignoradas. Slugor preparou-se para consumir sua energia vital, transformando-as em rochas, alimentando-se de suas almas.

No entanto, o feiticeiro Bretanlus, alertado pelos murmúrios da floresta, correu em direção ao lago, testemunhando a terrível cena diante de seus olhos. Consciente de que o monstro só poderia ser derrotado com bolotas mágicas, ele agarrou os preciosos frutos que recolhera nos carvalhos da Serra.

Um combate titânico desenrolou-se entre o feiticeiro e o monstro, enquanto as filhas assistiam, impotentes e temerosas pelo destino que as aguardava. Bretanlus usou seus poderes mágicos para criar barreiras e lançar feitiços, mas a força de Slugor era avassaladora. No calor da batalha, as bolotas mágicas escorregaram das mãos do feiticeiro e rolaram para a beira do lago, perdendo-se nas águas escuras.

O combate titânico entre o feiticeiro Bretanlus e o monstro Slugor atingiu seu clímax. Apesar dos esforços heroicos do feiticeiro, ele foi superado pela força avassaladora de Slugor. Bretanlus lutou bravamente, mas suas habilidades mágicas e sua resistência não foram suficientes para derrotar o terrível monstro.

Com o coração pesado, Bretanlus viu as suas amadas filhas, Brigida e Zilda, ser transformadas em pedra pelo toque maligno de Slugor.

Bretanlus, agora sozinho e cheio de tristeza, sabia que não poderia desfazer o feitiço sozinho. Ele procurou desesperadamente pelas bolotas mágicas que tinha perdido durante a luta, mas elas tinham desaparecido para sempre. O feiticeiro sentiu-se impotente e culpado por não ter sido capaz de proteger as suas filhas.

Ao longo dos anos, a história das irmãs petrificadas e do monstro que vive no lago tornou-se uma lenda triste e conhecida por muitos. Muitos aventureiros e visitantes corajosos tentaram libertar as irmãs, trazendo bolotas mágicas e tentando quebrar o feitiço, mas todos falharam em sua missão.

As duas irmãs transformadas em pedra, permanecem como testemunhas silenciosas do tempo, esperando que um visitante especial, destinado a desfazer o feitiço, finalmente chegue.

A floresta de Sintra tornou-se um lugar sagrado, onde pessoas de todo o mundo procuram respostas e esperança. Alguns dizem que apenas aqueles que tiverem um coração puro e sincero serão capazes de quebrar o encantamento. Outros acreditam que somente uma combinação de coragem, sabedoria e um toque de magia poderá libertar as irmãs do seu destino petrificado.

Pedras Irmãs

As Pedras Irmãs ficam junto da estrada da Peninha próximo de uma antiga fonte e é local de passagem de milhares de visitantes que na sua generalidade desconhece esta bela lenda, que conta a história das duas irmãs, que levadas pela curiosidade, foram eternamente (ou talvez não) transformadas em dois enormes blocos de granito.

terça-feira, 9 de maio de 2023

Atlas Europeu do Ambiente e Saúde

 Sabe qual é a qualidade do ar na sua área de residência? E a que nível de ruído ambiente está sujeito?

Agora você pode aceder a essas e outras informações sobre a qualidade ambiental da área onde vive, ou qualquer localização na Europa, através de uma plataforma online, o Atlas Europeu do Ambiente e Saúde da Agência Europeia do Ambiente (AEA). Lançado há poucos dias, o atlas apresenta de uma forma simples e intuitiva como a poluição e outros riscos ambientais afetam a saúde e o bem-estar dos Europeus.

Esta ferramenta interativa, a primeira nesta escala, permite aos utilizadores visualizarem como o ambiente ao seu redor afeta a sua saúde e bem-estar através de conjunto de mapas detalhados. Abrange tópicos como qualidade do ar, ruído e silêncio, espaços verdes e mudanças climáticas em todos os países que integram a AEA. Alinhado com muitas das metas políticas da UE, o atlas é uma das ferramentas preparadas e publicadas pela agência com o objetivo de apoiar a monitorização do objetivo de poluição zero na União Europeia.

Qual é a qualidade ambiental no local onde vive e como isso o afeta?

Este atlas também permite ao utilizador criar e compartilhar uma “classificação ambiental” de um endereço ou local específico, bem como visualizar as desigualdades na exposição a riscos ambientais, como por exemplo os relacionados com o rendimento. O atlas é baseado numa ampla variedade de dados e análises sobre os riscos ambientais para a saúde e os benefícios de um ambiente saudável, elaborado com dados provenientes de fontes confiáveis e visa reunir tudo isso numa aplicação acessível e relevante para o público.

O Atlas Europeu do Ambiente e Saúde será um "produto vivo", o que significa que será atualizado regularmente e aberto à participação dos utilizadores.

terça-feira, 2 de maio de 2023

Equipamentos de Educação Ambiental em Portugal

A educação ambiental é um processo de ensino-aprendizagem que tem como objetivo consciencializar as pessoas sobre a importância da preservação ambiental e da utilização sustentável dos recursos naturais. Essa educação busca incentivar mudanças de hábitos e comportamentos individuais e coletivos em relação ao ambiente, com vista a garantir a qualidade de vida das gerações presentes e futuras.

Oficinas de Criatividade Himalaya - Centro Ciência Viva dos Arcos

Visando a promoção da educação ambiental existe em Portugal um grande número de equipamentos de educação ambiental cujo objetivo é a sensibilização e capacitação dos cidadãos para a conservação e proteção da natureza.

Existem vários tipos de equipamentos de educação ambiental, desde centros de interpretação ambiental a ecotecas ou museus. Esses equipamentos oferecem uma grande variedade de atividades educativas, desde exposições e visitas guiadas até workshops, atividades ao ar livre, e programas educativos para escolas e grupos comunitários. Muitos deles também promovem a investigação científica e desenvolvem programas de conservação e proteção ambiental.

Vertigem Azul - Setúbal

Os equipamentos de educação ambiental são muito importantes por várias razões, incluindo:

  • Sensibilização: São excelentes para aumentar a consciência e a sensibilização sobre questões ambientais importantes, como a proteção da biodiversidade, a redução da pegada ecológica, a importância da reciclagem e outras práticas sustentáveis. A sensibilização é um passo crucial para promover mudanças de comportamento e ações positivas para a proteção do ambiente.
  • Conscientização: Ajudam a conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação do ambiente e da utilização sustentável dos recursos. permitem que as pessoas compreendam a interdependência entre os seres vivos e os ecossistemas, bem como a relação entre a ação humana e o seu impacto no ambiente.
  • Mudança de comportamento: Promovem a mudança de hábitos e comportamentos individuais e coletivos em relação ao ambiente, incentivando a adoção de práticas sustentáveis, como o uso racional da água e da energia, a redução do consumo de plástico, a separação correta dos resíduos, entre outras.
  • Educação: A educação ambiental é essencial para fornecer a informação e formação necessárias para os indivíduos compreenderem a complexidade das questões ambientais e os desafios que enfrentamos na preservação ambiental. Os equipamentos de educação ambiental oferecem uma variedade de programas educacionais que ajudam os visitantes a desenvolver um entendimento mais profundo dos problemas ambientais e a aprenderem como podem ajudar a resolver esses problemas.
  • Promoção da sustentabilidade: Promovem a sustentabilidade, incentivando as pessoas a adotarem estilos de vida mais sustentáveis, fornecendo informação sobre as alternativas mais sustentáveis ​​e incentivando os visitantes a fazerem escolhas informadas que reduzam a pegada ecológica e promovam a conservação dos recursos naturais.
  • Conservação e preservação: Desempenham um papel importante na conservação e preservação da natureza, fornecendo informação sobre a biodiversidade e os ecossistemas locais e as ameaças que enfrentam, incentivando a participação em projetos de conservação e promovendo a adoção de práticas de conservação responsáveis.
  • Participação cidadã: Promovem a participação cidadã na gestão ambiental, permitindo que as pessoas se tornem mais conscientes de seus direitos e deveres ambientais e possam participar ativamente na tomada de decisões relacionadas com o ambiente nas suas comunidades.
  • Turismo sustentável: Ajudam a promover o turismo sustentável, oferecendo aos visitantes a oportunidade de se envolverem em atividades ecológicas e educacionais, enquanto desfrutam da natureza, ajudando a proteger as áreas naturais e a promover a economia local de forma sustentável.

Em resumo, os equipamentos de educação ambiental são importantes para a sensibilização, educação, promoção da sustentabilidade, conservação e preservação da natureza e turismo sustentável e são vitais para a construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a proteção do ambiente.

A Agência Portuguesa do Ambiente disponibiliza um visualizador geográfico (abaixo) que permite pesquisar a localização e a caracterização dos equipamentos de educação ambiental em Portugal.

Referências Bibliográficas:


domingo, 4 de abril de 2021

Caminhadas com crianças

O bem-estar das crianças e a proteção da natureza estão intimamente ligados. E embora as pesquisas digam que as atividades de ar livre são essenciais para o seu desenvolvimento saudável, as crianças de hoje têm cada vez  menos ligação à natureza.


Os pais que são praticantes de atividades de campo sempre se questionam: como fazer caminhadas com crianças? A pergunta tem um motivo simples: a parentalidade é muito mais do que gerar um filho, é também transmitir princípios e valores para as gerações seguintes.
Antes das informações básicas sobre como introduzir os filhos nas caminhadas, é necessário ter em mente que o desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear. Durante a sua evolução individual a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo o seu desenvolvimento de modo particular, cada criança é uma criança diferente de todas as outras. Portanto, não siga as informações como uma “receita”, a construção da personalidade de uma criança deve respeitar a sua idade, sabendo-se no entanto que todas têm uma forma particular de se manifestarem.
A informação sobre distâncias e pesos, de seguida apresentada, foi obtida a partir de pesquisas com preparadores físicos, pediatras e outros técnicos, todos os números são médias, que variam de criança para criança.

Crianças dos 0 aos 3 anos


Há um consenso entre os pediatras de que não há uma idade certa para a criança começar a andar. O que é amplamente aceite é que existe um período para que isso aconteça, de acordo com a literatura médica existente é entre 10 e 18 meses. Entretanto, todos os especialistas concordam em que tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem futuramente gerar problemas.


Portanto, nas caminhadas as crianças que ainda não andam devem ser transportadas em dispositivos próprios, que sejam adequados e seguros, normalmente "mochilas" que podem ser encontradas nos espaços comerciais que vendem equipamento para atividades de ar livre, isso permitirá tanto aos pais como às crianças deslocarem-se em segurança e com conforto em contacto direto com a natureza.
As crianças ente os 7 e os 11 meses costumam gatinhar, e assim é importante levar um cobertor ou uma lona para que nas paragens possam estar livres e mais à vontade minimizado o contato direto com o solo.
Por volta dos 18 meses, as crianças encontram-se na "fase oral", em que tende a usar a boca para descobrir o mundo e para experimentar o que a cerca, durante essa fase a atenção dos adultos deve ser constante, para evitar potenciais acidentes.
Para as crianças que já conseguem caminhar, o ideal é levá-las a andar distâncias entre 400 metros e 3 km, a distância máxima proposta e recomendada para as que já se encontram próximas dos 3 anos, respeitando sempre o limite físico da criança.
Nessa idade, o ideal é que as crianças não carreguem qualquer peso, nem mesmo as mochilas adequadas a essas idades, para que a criança possa usufruir plenamente o contato com a natureza. Os pais, por outro lado, devem levar mochilas para que as crianças os vejam como exemplo e se sintam motivadas, no futuro, a fazer um bom uso desse precioso equipamento.

Crianças dos 4 aos 7 anos


Quando as crianças estão na faixa etária dos 4 aos 7 anos possuem toda a energia do mundo, parece que as "pilhas" nunca mais acabam. É essa a fase ideal para conhecer as atividades de campo. É também nessa idade que as crianças possuem uma curiosidade imensa, querendo parar a cada minuto para entender o que as rodeia, essa curiosidade deve ser estimulada pelos adultos, aproveitando também para transmitir conceitos como a perseverança, resiliência e concentração.


Nesta faixa etária as crianças já conseguem fazer sozinhas um grande número de atividades da vida diária, como lavar os dentes, saltar ao "pé-coxinho", subir e descer, etc. e as atividades de campo podem ser bastante prazerosas tanto para as crianças como para os adultos.
As caminhadas nesta idade não se devem limitar a sair do ponto "A" para o ponto "B", deve existir um itinerário que preveja paragens para ensinamento, reflexões, contemplações, pequenas conversas sobre o dia a dia da criança, etc.
Nesta idade o ideal é caminhar entre 3 e 7 km, permitindo "queimar" de uma forma saudável a energia extra, sem risco de lesões. É por esta altura que deve ser considerada a introdução do uso de mochilas, onde pode levar por exemplo um cantil com água e um agasalho, pois trata-se de um equipamento essencial para as atividades de campo, os especialistas estimam que uma criança poderá sem risco transportar uma mochila com 10 a 15% do seu peso corporal, no entanto nesta fase de introdução o peso da mochila não deverá ultrapassar os 10% do peso corporal da criança.

Crianças dos 8 aos 13 anos


As crianças com mais de 8 anos já podem fazer algumas caminhadas mais exigentes, como travessias, trilhos mais difíceis, etc. o que pode resultar numa atividade bastante gratificante tanto para todos os intervenientes.


Embora nesta faixa etária as crianças comecem a ter uma resistência física que lhe permite acompanhar os adultos na maior parte das atividades, isso não significa que "forçar" uma criança de 9 ou 10 anos a caminhar 10 km em cada saída seja uma boa ideia, pois "forçar" crianças a realizar atividades é fazer com que elas acabem por odiar essas atividades, o esforço proposto deve estar de acordo, não só com a capacidade física da criança, mas também com a sua disponibilidade mental, o mais importante é que ela sinta prazer e se divirta.
Com esta idade a capacidade de carregar peso também é incrementada, mas de qualquer modo, os adultos devem manter-se atentos por forma a que o peso das mochilas não ultrapasse os 15% do peso corporal da criança.

Independentemente da idade, permitir o contacto direto das crianças com a natureza é sempre uma excelente ideia, que se traduzirá sempre no seu crescimento e desenvolvimento equilibrado, levando a que no futuro sejam mais saudáveis e conscientes do mundo que as rodeia.