O Forte Velho do Outão, também conhecido por Forte do Zambujal, Forte do Facho ou Atalaião da Arrábida, foi construído no Séc. XVII (provavelmente entre 1649 e 1655) a mando do Rei D, João IV para colocação de artilharia que pudesse auxiliar na defesa da barra do Sado e do Porto de Setúbal.
O Forte surge na forma de forte construído sobre plataforma de baluarte, o seu conjunto apresenta um circuito de muros altos, verticais que rematam em balcão corrido, vazado onde poderiam ter existido mata-cães (abertura no chão entre as ameias ou os balcões das fortificações medievais, através da qual se podia observar os atacantes e agredi-los com pedras, flechas, água fervente ou outros objectos) é ameado com abertas largas, com esplanadas em níveis diferenciados.
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Mata-cães de uma fortaleza medieval (fonte: Wikipédia) |
Entre 1948 e 1958, as baterias previstas no Plano Barron tornaram-se operacionais, a maioria das quais foi instalada em fortificações compostas por casamatas e paióis subterrâneos e armadas com peças navais de grande calibre instaladas em torres couraçadas.
Atendendo à sua posição privilegiada sobre o rio Sado, o Forte Velho do Outão foi escolhido para a instalação de uma dessas infraestruturas de defesa, a 7ª Bateria do Regimento de Artilharia de Costa (RAC). A construção desta unidade militar iniciou-se em 1944 e ficou operacional em 1954. Era composta por 3 peças de artilharia Vickers 152mm, de fabrico inglês, de médio alcance (10 – 20 km), pelo antigo forte e os aquartelamentos.
Porta de Armas (antes do encerramento) da 7ª Bateria do RAC (fonte: RAC - Blog) |
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Torres com peças de 152,4 mm (antes do encerramento) da 7ª Bateria do RAC (fonte: RAC - Blog) |
Devido às evoluções tecnológicas (aviões bombardeiros de grande capacidade, misseis, etc.) a existência deste tipo de infraestruturas tornou-se obsoleta e em consequência disso, em 1998 o RAC foi desactivado e finalmente, em 2001 extinto. De referir que estas estruturas nunca foram utilizadas em contexto de conflito armado, tendo apenas realizado fogo real em contexto de exercício militar.
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7ª Bateria do RAC em exercício de fogo real (fonte: Últimos disparos do "Muro Atlãntico" Português) |
As unidades que faziam parte deste regimento foram desactivadas e abandonadas à sua sorte, tal foi o caso da 7ª Bateria, ficando o forte e todo o material remanescente, nomeadamente as peças de artilharia e estruturas conexas à mercê da pilhagem, vandalismo e destruição.
Um dos paiois suibterrâneos da 7ª Bateria
Este local é merecedor de uma visita, não só pela magnifica vista, mas também por revelar (ainda) uma página do nosso passado recente.
Localização do Forte
Referências:
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